A mudança que queremos dinamizar começa aqui!

A ENSICO considera imperioso criar um corpus pedagógico que ensine a computação como disciplina de base, a par da matemática, da língua materna, etc.

Mas neste domínio tem havido muitos equívocos e, ao contrário do que muitos pensam, a iniciação à computação pode começar bastante cedo e não precisa de grandes recursos em equipamento. Pois pode – e deve – começar a fazer-se com papel, lápis e (sobretudo) massa cinzenta.

Computação, um corpo de conhecimento independente do uso de computadores.

A computação coloca ao aluno, e ao indivíduo em geral, um problema: como comunicar com uma máquina? E em que medida é isso diferente de comunicar com uma pessoa? Se esta forma de comunicação pede domínio da linguagem escrita e falada, a primeira pede aquilo a que cada vez mais se chama “pensamento computacional”. Este pressupõe um maior domínio da lógica e da capacidade de abstrair situações complexas da vida real em modelos simples que o computador entenda.

Assim, e por definição, o pensamento computacional gera sinergias imediatas com outras duas disciplinas nucleares: com a língua materna, pois será impossível a uma pessoa comunicar a um computador algo que não consiga articular com uma pessoa; e com a matemática, por ser o domínio do conhecimento que melhor exprime e manipula a informação abstrata e desmaterializada que está ao alcance de um computador entender.

É urgente colocar novos desafios e novas ambições perante as crianças e os jovens do século XXI

Não se trata de ensinar a programar.
Trata-se de literacia computacional.

Aqui aposta-se em formação de base que é, por definição, lenta, maturada e crescente. Aposta-se na integração da computação com outros conhecimentos, capitalizando na evolução intelectual dos alunos, desde os desenhos, os jogos e as historinhas iniciais até a capacidade de resolver autononamente problemas complexos, com eficácia e elegância, usando o computador.

Não se trata de entretenimento pontual.
Trata-se de computação para todos.

Contrasta pois com a tentação que muitos têm de querer queimar etapas e correr para a falácia de que o que faltam são computadores na sala de aula e outras visões falsamente futuristas e pedagogicamente improdutivas.

O que é efetivamente necessário é produzirem-se conteúdos de elevada qualidade, cientificamente sólidos mas subtis, atraentes mas sem grafismos desnecessários, progressivos e sem hiatos pedagógicos. Estes deverão ser capazes de motivar docentes e alunos a entrarem na "magia" da computação.