A ENSICO considera imperioso criar um corpus pedagógico que ensine a computação como disciplina de base, a par da matemática, da língua materna, etc.
Mas neste domínio tem havido muitos equívocos e, ao contrário do que muitos pensam, a iniciação à computação pode começar bastante cedo e não precisa de grandes recursos em equipamento. Pois pode – e deve – começar a fazer-se com papel, lápis e (sobretudo) massa cinzenta.
Assim, e por definição, o pensamento computacional gera sinergias imediatas com outras duas disciplinas nucleares: com a língua materna, pois será impossível a uma pessoa comunicar a um computador algo que não consiga articular com uma pessoa; e com a matemática, por ser o domínio do conhecimento que melhor exprime e manipula a informação abstrata e desmaterializada que está ao alcance de um computador entender.
Aqui aposta-se em formação de base que é, por definição, lenta, maturada e crescente. Aposta-se na integração da computação com outros conhecimentos, capitalizando na evolução intelectual dos alunos, desde os desenhos, os jogos e as historinhas iniciais até a capacidade de resolver autononamente problemas complexos, com eficácia e elegância, usando o computador.
Contrasta pois com a tentação que muitos têm de querer queimar etapas e correr para a falácia de que o que faltam são computadores na sala de aula e outras visões falsamente futuristas e pedagogicamente improdutivas.
O que é efetivamente necessário é produzirem-se conteúdos de elevada qualidade, cientificamente sólidos mas subtis, atraentes mas sem grafismos desnecessários, progressivos e sem hiatos pedagógicos. Estes deverão ser capazes de motivar docentes e alunos a entrarem na "magia" da computação.